quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Saltos altos para dançar Pessoa


Feminine sucede a Masculine. O coreógrafo Paulo Ribeiro optou por uma outra poética de género: em vez da bola de futebol, entram e cena os saltos altos na hora de levar Fernando Pessoa a dançar a coreografia do imaginário feminino.

Em palco, cinco bailarinas e uma actriz percorrem os gestos da sensualidade reservada das mulheres, meridiano de alguma da poética pessoana.

Em digressão, a Companhia Paulo Ribeiro mostra Feminine, no Teatro Aveirense, Sábado, dia 31 de Janeiro, às 21h30.


PERFECTO CUADRADO – FERNANDO PESSOA


Hoje, em Zamora, Perfecto Cuadrado recebe o II Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, em cerimónia presidida pelos Ministros da Cultura de Portugal e de Espanha.

O evento decorre na Fundação Hispano-Portuguesa Rei Afonso Henriques, em Zamora, cidade que assistiu à assinatura do tratado fundacional da nacionalidade portuguesa. Nesta mesma ocasião, numa justa homenagem à Cultura Portuguesa, Camané cantará Fado.

Perfecto Cuadrado Fernández, de 59 anos, é professor catedrático de Filologia Portuguesa e Galega e doutor em Filologia Hispânica. Especialista em Literatura Portuguesa, com enfoque nos períodos modernista e surrealista, desenvolveu vários estudos sobre Fernando Pessoa.

De acordo com o próprio regulamento, o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura tem como objectivo distinguir uma pessoa ou entidade que (…) através da sua acção na área das artes e da cultura, tenha contribuído significativamente para o reforço dos laços entre os dois Estados e para um maior conhecimento recíproco da criação do pensamento.

[Fonte: Texto – ANC, Lusa, 18 de Janeiro de 2009]

Na "Rua de Santa Rita", ao entrarmos, estava a arca, sob o retrato encaixilhado da saudade…


A arca de acaju,
de madeira nobre,
talhe inglês
de linha cru,
quase pobre,
quem a fez?

De viagem – não baú –,
poisa sobre quatro pés
de urubu…
Dá o dobre
firme e nu,
arca pobre,
ida agora no convés.

Do poeta, e de leilão,
sua arca foi de vez.
E nem sobra dela o vão,
marca tristonha na sala
onde outrora radicou,
peça móvel outra vez,
sem sentido ou coração
que a prenda ao que guardou.

[Fonte: Imagem - Fotografia da arca de Fernando Pessoa, extraída do catálogo do leilão da P4LiveAuctions, item 52. © PMA, inédito, 2008]

ERNÂNI OLIVEIRA: “três idades de Pessoa”


Ernâni Oliveira nasceu em Lisboa, em Dezembro de 1936. Licenciou-se em Artes Plásticas pela ESBAL/UC.
Desenvolveu a sua actividade profissional na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa – onde deu aulas durante seis anos – e na Escola de Artes Visuais António Arroio, da qual integrou o quadro pedagógico, onde se aposentou, em 1998.

Foi distinguido com o Prémio Júlio Mardel, da Academia de Belas Artes de Lisboa, instituição da qual foi bolseiro em Paris.
Participou em inúmeras exposições de pintura, colectivas e individuais, quer em Portugal quer no Estrangeiro.

É sócio e vogal da Associação Fernando Pessoa.

[Fonte: Texto e Imagem – Catálogo da exposição “Visão 120 Anos Depois: Celebrações do 120º Aniversário de Fernando Pessoa”, Odivelas, Centro Cultural Malaposta, 2008, p.6. © Ernâni Oliveira]

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

«FÓRUM LUSOFONIA» no Centro Cultural Malaposta




[Fonte: Imagem - Programa do Centro Cultural Malaposta, uma casa com arte, Janeiro de 2009. Convite editado e divulgado pelo Centro Cultural Malaposta]

«DICAS DOS ASSOCIADOS»


Qualquer Associação vive da militância activa dos seus associados. A Associação Fernando Pessoa não foge à regra. Através da salutar troca de impressões vamos alcançando novos contactos e novos conhecimentos.
Agradecemos, portanto, ao Virgílio Silveira Ramos a indicação deste outro lugar de Pessoa.

http://multipessoa.net/

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

LAURA CESANA – «Alvor»


[© Laura Cesana, “Alvor”, s/d, acrílico sobre tela, 65 x 81 cm]


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O MELHOR É CONSULTAR…



O Major Reformado

Um Fernando Pessoa
é o blog de notícias d'O Major Reformado,
um web site sobre
Fernando Pessoa.



A CASA FERNANDO PESSOA É AQUI!


Câmara Municipal de Lisboa
Casa Fernando Pessoa
Rua Coelho da Rocha, n.º 16
1250-088 LISBOA


Tel. 21.390 32 75

http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt
www.mundopessoa.blogs.sapo.pt

"UNS VERSOS QUAISQUER"… Fernando Pessoa por Risoleta…


Risoleta C Pinto Pedro publicou até hoje, na ficção: A Criança Suspensa, Prémio Ferreira de Castro da Câmara de Sintra, edição da mesma Câmara Municipal, 1996, O Corpo e a Tela, Hugin, O Aniversário, Prémio Revelação APE/IPBL 1994, Ficção, Difel, 1998, O Arquitecto, Hugin, Venite in Silentio, Unicepe, Porto, Setembro de 2004, que destaca, entre outros.

Foi também premiada na poesia pela Sociedade de Língua Portuguesa e participou em colectâneas de poesia e ficção com outros autores.

Escreveu teatro para o grupo TE-ATO, de Leiria, canção para o compositor Paulo Brandão e o Grupo de Música Contemporânea (Aprender com as Rosas), assim como para o compositor Jorge Salgueiro: libretos de ópera (O Achamento do Brasil), cantata (O Conquistador), musical (Kate e o Skate) e canção (“Conquista-me” in Dez Anos de Inquietação, CD dos Negros de Luz, Ed. Tradisom, Jorge Salgueiro, 2005).

Publicadas também, duas bandas desenhadas: O Achamento do Brasil e O Conquistador, Ed. Foco Musical/Fonoteca de Lisboa, cujas falas são constituídas pelos seus libretos.

Tem escrito poemas para os espectáculos da Companhia de Dança Amalgama (Viagens de Luar, A Luz e O Desejo, Mutações, Venite in Silentio (espectáculo cujo processo foi acompanhado da criação de uma ficção com o mesmo nome, em projecto de residência artística no Hotel Convento de S. Paulo), Mater e A Alegria das Rosas.

Espectáculos realizados nos Conventos de Mafra, de S. Paulo na Serra d’Ossa, de Estremoz, de Cristo em Tomar, e nos Palácios da Pena e Regaleira, em Sintra.

Fez crónica (“Quarta-Crescente”) para o Programa Despertar dos Músicos na Antena 2.

Continua a publicar as suas crónicas regularmente em periódicos generalistas, literários e de artes plásticas em suporte papel ou em páginas na internet.

Criou a sua página, onde escreve regularmente:
http://risocordetejo.blogspot.com/

§ A partir do final de Janeiro de 2009, nesta página, Risoleta Pinto Pedro levar-nos-á a ler Uns versos quaisquer (1): uma visita guiada pela Poesia de Fernando Pessoa.

[Fonte: Texto – Risoleta Pinto Pedro. Notícia – AFP. Título da crónica (1) – verso de Fernando Pessoa, escolhido pela autora]

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A POESIA DE RISOLETA PINTO PEDRO


No outro dia fui aos Jerónimos
com uma mão cheia de alunos
um raminho de azedas e alfazemas
visitar
o Velho do Restelo pensava
eu quando tropeçámos com a mor
ta petrificação dos Poetas.
Depois de de
vida
mente
acariciada a
pedra e olhado o
ar
de
tivemo
nos nós embaraçados per
ante
um altar
pagão
megalito cristão
flor de elevação
marco
marmorear de esquecimento
em padrão
fálico
falido
reverência nossa aflita.
Foi então que um deles, rosmaninho ou alecrim
leu o poeta para lá da pedra e disse para lá do mito:
Isto é muito bonito.
Em poético silêncio recuámos para a frente da vida estava tudo
dito.
……………………………
O lugar onde lamento os poetas mortos é
o mesmo altar onde o talento dos poetas mortos é
o mesmo andar onde habito com os poetas mortos é
o mesmo olhar onde reencontro os poetas mortos é
o mesmo melancólico encolher de ombros

............................
Conheci uma vez um templo
na verdade devotado ao culto
do amor
da rua foi trazida uma misteriosa pedra
de altar e sempre algo misterioso
acontecia cada vez que o(s) oficiante(s) dela
se aproximava(m)
nesse templo os mestres
construtores
desenharam a sua marca sobre a pele
do próprio
templo e indelével ficou
a inscrição
não existindo
esse templo ainda
existe na verdade não
existe e é verdade
que existe e é um verdadeiro templo porque está no tempo e fora
do tempo dentro do templo está
o templo e está
fora do tempo
o templo hoje
o templo transporta-se a si
mesmo sobre as pedras a que alguns apelidam de profanas porque nãoconhecem
a natureza
da pedra é um templo semente é de polinização a sua sagrada
tarefa não sei que aconteceu à pedra
de altar mas não é impossível
que esteja numa outra rua à espera
que um novo templo se erga e alguém a contemple e diga
mas que bela pedra de altar para o meu templo e a arrrrrrrrrrrrrrrrraste
porque é
pe
sa
da
e a coloque novamente no
centro
de um espaço onde
fenómenos misteriosos hão-de voltar
a acontecer
sempre
isto aconteceu em todos os tempos com todos
os templos sobre
pedra se ergue
a pedra e um deus sucede a outro
deus e é sempre o mesmo aquele
que constrói apenas o faz porque não sabe
que é ele o deus a construir
um templo fora de si réplica sem saber da sua própria
natureza e assim até ao fim
do tempo
mas não
do templo.
.................................

Os poetas encostam-se às esquinas e desviam-se
Das pessoas
E buscam
Não
Acham.
Os poetas são más companhias porque se deitam tarde mesmo quando dormem cedo e se levantam tarde mesmo quando se erguem do leito com o nascer do sol. Além disso não têm um pensamento estruturado e falam por alusões. Alimentam-se mal, ingerem símbolos, têm difíceis digestões, complexas metáforas e finalmente não ouvem conselhos.

[© Risoleta C. Pinto Pedro. Imagem - fotografia da autora]

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

EM DEVIDO TEMPO, publicamos dois poemas inéditos de José Miguel Lopes


SAUDADE DO MAR

Em casa tenho dois búzios
que fazem lembrar o mar
tal manchas verdes dos lúzios
tão prontos a me tentar.

Se os ignoro dissimulam
seus choros tristes sozinhos,
se os miro quase me anulam
e não me ensinam caminhos.

Fico assim na indecisão
sem rumo e sem ambição
embora ávido do lar...

Minha estrela me guiará.
Mais esplendente ficará
quando eu chegar ao meu mar.

[6 de Agosto de 2007]

ELEGIA À RUA DO DOURADORES

O dia esgotou-se como tantos outros
naquele escritório da Rua dos Douradores.
O ambiente abafou-me os sonhos
afastou-me os amigos e os parentes.
Tenho a mente imprecisa e a rua é sombria
sombria em cada esquina.
Pelos vidros da janela, só vejo outras janelas.
Sinto-me só
apesar de acompanhado pelo Bernardo Soares
que escreve sem cessar os importantes livros selados.
Sou um correspondente em línguas estrangeiras
e já não sei em que língua penso.
Mas isso não importa, o que é preciso é pensar!
O que pensarão os que durante o dia só escrevem números?
Conseguirão sonhar?
Coitados, sujeitam-se para ganhar a vida!
Farão como eu, que escolho as palavras e oiço a sua música
quando em tudo penso, menos em cartas comerciais?
Hoje, não escrevi as malditas cartas, fingi que as escrevia
enquanto em silêncio decorava a construção dos meus versos.
Agora, assolam-me a mente as palavras de sempre
fingir, pensar, sentir
alma, tristeza, dor
pena, choro, solidão
mar, céu, nada , valor
e muitas outras que não têm a mesma cor.
Estou cansado
fez-se noite no meu dicionário.
Amanhã vou ver o Tejo: Não, não virei,
mandarei o Álvaro de Campos!

[13 de Maio de 2006]

[© José Miguel Lopes]

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

VALE A PENA LER PESSOA…


Em artigo publicado hoje, dia 5 de Janeiro de 2009, no Correio da Manhã, somos informados que, no Brasil, o Juiz Mário Jambo, aplicou a uma portuguesa condenada por tráfico de droga a pena de ler Fernando Pessoa. A condenada terá de frequentar a biblioteca e terá de “resumir pelo punho sentimentos pessoais" que lhe venham da leitura de poemas de Pessoa e seus heterónimos.
O Guardador de Rebanhos integra a copiosa selecta. Nem mais! Somos a favor da Jurisprudência.

[Fonte: Texto – Artigo assinado por S.R., in Correio da Manhã, 5 de Janeiro de 2009, p. 12]

domingo, 4 de janeiro de 2009

Devemos voltar à Poesia de José Miguel Lopes...


Em 2007 havíamos prometido divulgar o lançamento do livro de José Miguel Lopes, Seivas de Inquietude. Não o fizemos. Em nome da Associação Fernando Pessoa, apresentamos um pedido público de desculpa ao autor e associado, aproveitando o momento para fixar o convite do lançamento do referido livro, do qual recomendamos a leitura.
[Fonte: Imagem - Convite do lançamento do livro Seivas de Inquietude. Google]

Inaugurou no Centro Cultural Malaposta


No passado dia 27 de Dezembro de 2008, no foyer do Centro Cultural Malaposta, foi inaugurada a exposição de Artes Plásticas, Visão 120 Anos Depois, comissariada por Ernâni Oliveira, com a qual a Municipália - EM, em parceria com a Associação Fernando Pessoa, rematou as comemorações dos 120 anos do nascimento de Fernando Pessoa (1888 - 1935).

Nesta exposição estão patentes trabalhos de Victor Belém, Ernâni Oliveira, Aida Sousa Dias, Hernani Cardoso, Helena San Payo, Carlos Oliveira, Santos Lopes, Carmo Pólvora, José Cardoso, Manuela Pinheiro, Silva Palmeira e Joaquim Carvalho.

Patente ao público até ao próximo dia 1 de Fevereiro, de Segunda a Sábado, das 11h00 às 23h00; Domingo, das 14h00 às 19h00. Entrada livre.

[Fonte: Imagem - Programa do Centro Cultural Malaposta, uma casa com arte, Janeiro de 2009. Texto - Convite editado pelo Municipália - EM, Centro Cultural Malaposta]

Retomamos a Edição!


Após mais de um ano de ausência, voltamos a dar notícias da Associação Fernando Pessoa. Bom 2009!