quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sobre a demolição de um prédio Arte Nova, na confluência da Av. Casal Ribeiro com a Rua Almirante Barroso, dito “lugar de memória” de Fernando Pessoa


A notícia não é nova, é velha de anos e dias. O assunto não é novo, é velho de anos e dias.
As opiniões contraditórias são opiniões de quem as teve ou de quem as tem e isso vale o que vale.
O que queremos salientar é que, noutro contexto, se adiantou a ideia da “Lisboa de Pessoa”, chavão, logómarca (de logótipo), que parece ter razão se ser e de surgir.
Poderíamos lembrar o caso de Dublin, para ilustrar o quanto importa preservar o sítio, mas também o edifício, o espaço, a ambiência, um aroma de época.
É certo que, entre a “Casa Fernando Pessoa”, ali à Rua Coelho da Rocha, o Martinho da Arcada, o Largo de São Carlos, a Brasileira do Chiado, etc., não faltam “lugares de Pessoa” na cidade de Lisboa.
É certo que, pelas mil andanças em Lisboa, Fernando Pessoa é de todo o lado, de todo o bairro; aliás, Fernando Pessoa mora na “Língua Portuguesa” como bem gostava de morar…
Mas também é certo que, com a conivência impávida de todos, um por um, seja de Pessoa ou de Garrett, vão desaparecendo as marcas físicas de outras épocas até só termos as lindíssimas fotografias de Joshua Benoliel e de outros como ele para podermos evocar a Lisboa velha e de Pessoa. No ar, levemente, fica uma certa nostalgia e a incompreensão…

[Imagem: “Ciganos no Marquês de Pombal” - Joshua Benoliel, 1909. Col. AFML. Fonte: Google.]

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