Mostrar mensagens com a etiqueta Manuela Nogueira. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Manuela Nogueira. Mostrar todas as mensagens

sábado, 14 de março de 2009

«Poesia para o Natal»


Como habitual, no sábado, dia 8 de Dezembro de 2007, os associados da Associação Fernando Pessoa tiveram a oportunidade de participar numa sessão de leitura de poesia que se realizou no Centro Cultural Malaposta, em tarde amena de sol e chuva miudinha.


Entre a reduzida assistência contaram-se Manuela Nogueira, Mário Máximo, Victor Belém, Virgílio Silveira Ramos, Helena Garrett e Pedro Albuquerque.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

MANUELA NOGUEIRA: «Ao Mestre Alberto Caeiro»


Desculpa Oh! Alberto Caeiro
sou tua discípula desencantada
tatuaram em meu cérebro o mistério de Cristo
olho para a flor como um jardineiro
que só repara na espessura, cor da terra,
na humidade do ar, na linha do vento
à espera que a flor abra para outros
Ser jardineiro é apenas meu sustento.

Desculpa Oh! Alberto Caeiro
tanto te amo sem poder seguir-te
buscar-te na Grécia, frescura da nudez
numa filosofia de máscara teatral,
sou um poeta cego que oiço teus passos
persigo-te de bengala branca cuidando
que teu paganismo é ardil de Deus.
-"Pensar é o contrário de estar feliz" -

Desculpa Oh! Alberto Caeiro
esta cegueira de amar-te sem futuro
és o amor em fotografia, hoje virtual
um dia, quando em mim morreres deveras
saltarei todas as sebes e até o muro;
serei a que perdeu o traje de fantasia
amar-te-ei com um destino sinérgico
para lá da esperança de haver ou não deuses.

Desculpa Oh! Alberto Caeiro
mas não te enganas quando dizes:
"Que nada é o fim, que nada é o abismo, que nada é mistério
e que tudo é Deus, e que tudo é Ser, e que tudo é vida."
Só na unidade do Universo é possível repouso
arrumados os sentimentos no estaleiro
a vida correndo inexorável para o mar
barco de pensamentos viajando num veleiro.


[© Manuela Nogueira, inédito, Fevereiro 2007]

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

FERNANDO PESSOA evocado em S. Pedro do Estoril

A 3 de Junho de 2000, em presença dos sobrinhos do poeta, teve lugar a cerimónia de descerramento de placa evocativa de Fernando Pessoa na casa de veraneio da família, em S. Pedro do Estoril, lugar onde Fernando Pessoa passou algumas temporadas. A cerimónia foi presidida pelo Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Cascais, José Jorge Letria. Deste evento temos notícia no Íbis: O Extra Persona - Boletim da Associação Fernando Pessoa. Lisboa, Associação Fernando Pessoa, 2000. Nº 18/19 (Abril a Junho de 2000), p. 28.

[Fonte: Imagem – Fernando Pessoa, os sobrinhos e outros familiares na casa de S. Pedro do Estoril. Fotografia da família
]

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

«Eu, abaixo-assinado, juro por minha honra cumprir, e fazer cumprir, as funções que me são confiadas...»

Estas teriam sido as palavras solenes, introdutórias, e da praxe, que teriam sido ditas no lugar do estilo se em 1932 Fernando Pessoa tivesse sido chamado a tomar posse do cargo de director da Biblioteca-Museu Condes Castro Guimarães. Durante algum tempo o poeta aspirou a este projecto de vida, sendo mesmo curioso sublinhar que, na correspondência trocada com Ofélia, por mais de uma vez, a ida para Cascais é indicada por Fernando Pessoa como o momento necessário à reconstrução da obra; lugar e tempo para o começo de uma nova etapa de vida que nunca chegou a ser possível.
Não devem ser postas em causa as razões administrativas que terão informado a decisão mais competente do júri do concurso de então. Não devem, porque de nada adiantaria. Mas a Câmara Municipal de Cascais foi sensível ao lapso. Quanto não honraria hoje aquela instituição poder dizer que Fernando Pessoa foi, de facto, um dos seus funcionários. Por isso, no dia 30 de Novembro de 2000, em cerimónia anunciada e pública, realizou-se a sessão solene de tomada de posse de Fernando Pessoa como Director Honorário da Biblioteca-Museu Condes Castro Guimarães, passando o poeta a integrar o quadro de pessoal da Câmara Municipal de Cascais. No acto de posse, a CMC foi representada pelo Vereador da Cultura, José Jorge Letria, e, Fernando Pessoa, “agradecido e sensibilizado”, fez-se representar por “Mimi”, a sua sobrinha, Manuela Nogueira.

[Fonte: Imagem - Biblioteca-Museu Condes Castro Guimarães. Fotografia da Câmara Municipal de Cascais. Google]

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

FERNANDO PESSOA NA MALAPOSTA - «Espaço Poético 06»

Em 2006, o Centro Cultural Malaposta, espaço cultural dependente da Câmara Municipal de Odivelas, dedicou toda uma semana à figura e obra de Fernando Pessoa, evocando o poeta em actividades culturais complementares entre si, encerrando este ciclo com a realização do espectáculo musical Wordsong Pessoa, no dia 21 de Março, Dia Mundial da Poesia.
Do conjunto da programação fizeram parte as seguintes actividades: projecção do filme O Teatro do Ser, de Teresa Rita Lopes e Victor Belém, seguida de tertúlia debate com a participação dos autores, de Mário Máximo e de Manuel Coelho, no dia 16; realização de uma “conferência pessoana” com a participação de José Manuel Ânes, Manuela Nogueira e Luís Miguel Rosa Dias, seguida de leitura encenada da peça O Marinheiro pelas actrizes Maria Amélia Matta, Paula Mora e Lúcia Maria, no dia 17; projecção do filme de Alain Tanner REQUIEM, no dia 18; realização de um recital de poesia com o actor João D’Ávila, no dia 20.
Durante toda esta semana, desde a 4.ª Feira, dia 15, e até 3.ª Feira, dia 21, esteve patente ao público a exposição de fotografia O Poeta em Pessoa, ideia, projecto e instalação da autoria de Victor Belém, patrocinada pela Associação Fernando Pessoa.

[Fonte: Imagem – Fernando Pessoa na Baixa. Fotografia de Horácio Novaes. Google]

LUGARES DE PESSOA - A casa da Rua Coelho da Rocha, n.º 16, 1.º Dto.

MANUELA NOGUEIRA - «Afectos, Amizades, Curiosidades em Fernando Pessoa»

A 10 de Março de 2006, no jantar convívio no Martinho da Arcada, Manuela Nogueira, convidada de honra da Associação Fernando Pessoa, dissertou sobre os Afectos, Amizades, Curiosidades em Fernando Pessoa, recorrendo à memória familiar, mas também às suas memórias pessoais sobre o seu tio, Fernando Pessoa.
Desfiando episódios da infância, evocando lembranças guardadas e transmitidas por sua mãe, “Teca”, a muito querida irmã do poeta, identificando o espólio pessoano ainda em posse da família, apontando as dedicatórias nos livros, Manuela Nogueira prendeu a assistência com o seu discurso do coração.

[Fonte: Imagem – Manuela Nogueira. Fotografia na página da Assírio & Alvim. Google]

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

ÁLBUM FOTOGRÁFICO DOS ASSOCIADOS

[Manuela Nogueira e Mário Máximo durante a sessão realizada no Porto,
na sede da UNICEPE, dia 8 de Abril de 2005. Fotografia da UNICEPE]

terça-feira, 7 de agosto de 2007

AMIZADE E TERTÚLIA NO PORTO - UNICEPE

Por ocasião da realização do 67.º Jantar da Amizade da Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, CRL, entidade sedeada na Praça de Carlos Alberto, n.º 128-A, no dia 8 de Abril de 2005, no Porto, a convite da UNICEPE, Manuela Nogueira falou das suas memórias a respeito do seu tio, Fernando Pessoa, em abordagem sentimental própria de quem pôde privar de perto com o grande escritor.
Durante o evento, Mário Máximo, Presidente da Direcção da Associação Fernando Pessoa, apresentou o novo título de Manuela Nogueira, Fernando Pessoa: Imagens de uma Vida, editado pela Assírio & Alvim em 2005.

[Fonte: Imagem – Capa do livro referenciado no texto. Manuela Nogueira, Fernando Pessoa: Imagens de uma Vida. Lisboa, Assírio & Alvim, 2005. Google]

POESIA ASSOCIADA - Manuela Nogueira


Extraídos do livro Ritual Sem Palco, publicamos estes dois poemas de Manuela Nogueira:

Viver é apenas um calafrio

Sou velha por fora e nova por dentro
o coração ao centro
é um músculo desgraçado
mal feito e mal apelidado
bombeia apenas o sangue
ás vezes fica exangue
de tanta e tonta correria
não mudei a fisionomia
deste mundo em desvario
viver é apenas um calafrio
no rol eterno das gerações
sofro de más digestões
por via do noticiário
de más notícias é vário
esquece e esconde todo o bem
Esquece os poetas também.

À PROCURA DE DESTINO

Cheguei como página branca
À procura de destino
Meus dias foram letras
Arrumadas em desatino
Armei tenda em Feira Franca
Cozi palavras, colei obras
Ergui castelos de espuma
Sou militar em manobras

O mundo a que cheguei
Foi tombando e rebolando
“Só sei que nada sei”.
Sem rigor, sem fé, sem lei
vivo ainda procurando
com a tenda desarmada
as letras em barafunda
num livro de capa selada.

Quando o espanto era maior
aprendi a sorrir sorrir
– um pateta safa-se melhor –



ENCONTRO POÉTICO NA PONTA DO SAL

No dia 21 de Outubro de 2006, em tarde amena e cinzenta, realizou-se no auditório do Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal, espaço dependente da Câmara Municipal de Cascais, um encontro poético pessoano promovido pela Associação Fernando Pessoa.
A sessão foi presidida por Manuela Nogueira e Victor Belém, e reuniu cerca de trinta a quarenta participantes, entre associados e convidados. Cármen Filomena e Elsa de Noronha disseram poemas de Fernando Pessoa. Dos presentes, disseram poemas da sua autoria, entre outros, Manuela Nogueira, a actriz Isabel Ruth, o mestre Lagoa Henriques e o escultor Carlos Amado.

[Fonte: Imagem – Vista aérea da Ponta do Sal, e do Centro de Interpretação Ambiental. Fotografia editada pela Câmara Municipal de Cascais. Google]

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

NOTÍCIAS DO CAFÉ MARTINHO DA ARCADA - Jantar Convívio de despedida de Mário Máximo



A 17 de Janeiro deste ano, no Martinho da Arcada, realizou-se um jantar convívio para assinalar a despedida simbólica de Mário Máximo do cargo de Presidente da Direcção da Associação Fernando Pessoa, cargo que desempenhou no período de tempo que medeia entre os anos de 2002 e 2007, sucedendo a Francisco Queiroz (2001-2002), e a Victor Belém (1998-2000).
Cabe referir que Mário Máximo é membro fundador da AFP, e que ao longo dos dez anos de existência desta associação integrou sempre o elenco das diferentes direcções, contribuindo com a sua energia e o seu entusiasmo para o crescimento e para a afirmação da AFP em todas as instâncias. Na hora da despedida, Mário Máximo quis afirmar:

(…) Foi com grande orgulho que durante quatro anos e meio dirigi a AFP. Em toda a minha actividade e decisões tive sempre como principais objectivos aqueles que levaram à criação desta associação: estudar, divulgar e debater a obra de Fernando Pessoa bem como promover um vasto debate cultural à volta dos grandes temas da cultura portuguesa. Sei que esses objectivos foram plenamente atingidos. (…) Mas é chegado o momento de entregar o testemunho. Fá-lo-ei com alegria e com a noção do dever cumprido pois sei que aqueles que vierem a ser democraticamente escolhidos pelos associados serão, sem dúvida, os mais qualificados para liderarem os novos rumos da AFP. [Este] momento […] não é de adeus mas sim de mudança (…).

Os elementos dos vários órgãos sociais, bem todos os associados, estão bem cientes da veracidade destas palavras, e são conhecedores do bom trabalho desenvolvido por Mário Máximo à frente dos destinos da Associação Fernando Pessoa.
Neste dia especial para si, Mário Máximo fez ainda questão de ser o orador convidado, tendo proferido uma comunicação subordinada ao tema A procura da unidade na obra poética de Fernando Pessoa.
Ao final da noite, em representação da colectividade, e enquanto tutora de facto desta especial herança, coube a Manuela Nogueira encerrar a sessão através de acto breve e emotivo, entregando a Mário Máximo uma placa de parta gravada com os respectivos votos de agradecimento e de sincera homenagem.

[Fonte: Imagem – Mário Máximo. Fotografia de Sandra Adónis. Google]

sábado, 28 de julho de 2007

O RITUAL SEM PALCO de Manuela Nogueira


Indo o ano de 2007 a meio, resolvemos olhar para trás e recuperar informação que nos interessa guardar aqui, neste nosso blogue.
Por razões óbvias, faz todo o sentido chamar a nós a notícia do lançamento do último livro de poesia de Manuela Nogueira − Ritual Sem Palco: Poesias.
Este título foi apresentado ao público por Francisco José Viegas, na Casa Fernando Pessoa, no passado dia 12 de Dezembro de 2006.

Decorridos sete meses, cumpre-nos perguntar: − “Manuela, onde estão os novos poemas?”

[Fonte: Imagem – Capa do livro de Manuela Nogueira, Ritual Sem Palco: Poesias. Lisboa, Vela Branca, 2006. Google]