Entretanto, não resistimos à tentação de transcrever o belíssimo poema de João Rui de Sousa, A Vocação dos Poetas, do seu livro Lavra e Pousio.
A Vocação dos Poetas
Como quem pega na vidapor vezes além da hora,
como quem treina o palato
com limões de estranha história,
mas que decorre do acto
de nada deixar de fora,
tal é a voz que é semente
e que é fruto e é fermento
de quem em fogo labora,
de quem em chamas se sente:
Sem pagar juros de mora
cumpre sempre o seu contrato:
o de não esquecer os sonhos
nem omitir qualquer facto.
[Fonte: Imagem - Máquina Royal, mod. 1940. Fotografia do Google. Poema - “A Vocação dos Poetas”, in João Rui de Sousa, Lavra e Pousio. Lisboa, Publicações D. Quixote, 2005; p.60]
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