Estas teriam sido as palavras solenes, introdutórias, e da praxe, que teriam sido ditas no lugar do estilo se em 1932 Fernando Pessoa tivesse sido chamado a tomar posse do cargo de director da Biblioteca-Museu Condes Castro Guimarães. Durante algum tempo o poeta aspirou a este projecto de vida, sendo mesmo curioso sublinhar que, na correspondência trocada com Ofélia, por mais de uma vez, a ida para Cascais é indicada por Fernando Pessoa como o momento necessário à reconstrução da obra; lugar e tempo para o começo de uma nova etapa de vida que nunca chegou a ser possível.
Não devem ser postas em causa as razões administrativas que terão informado a decisão mais competente do júri do concurso de então. Não devem, porque de nada adiantaria. Mas a Câmara Municipal de Cascais foi sensível ao lapso. Quanto não honraria hoje aquela instituição poder dizer que Fernando Pessoa foi, de facto, um dos seus funcionários. Por isso, no dia 30 de Novembro de 2000, em cerimónia anunciada e pública, realizou-se a sessão solene de tomada de posse de Fernando Pessoa como Director Honorário da Biblioteca-Museu Condes Castro Guimarães, passando o poeta a integrar o quadro de pessoal da Câmara Municipal de Cascais. No acto de posse, a CMC foi representada pelo Vereador da Cultura, José Jorge Letria, e, Fernando Pessoa, “agradecido e sensibilizado”, fez-se representar por “Mimi”, a sua sobrinha, Manuela Nogueira.
[Fonte: Imagem - Biblioteca-Museu Condes Castro Guimarães. Fotografia da Câmara Municipal de Cascais. Google]
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